segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Regressarei.

A ausência não é sinal de esquecimento.
Às vezes as palavras ficam suspensas,  entre os fios de luz, para que o coração possa acordar a bater as asas.
A cozinha anda mais calma. Os frutos tem de se amadurecer antes de serem colhidos.
Ando com as mãos recolhidas. Mas a vontade não cessa e se pudesse ia agora mesmo enfarinhar tudo e encher todos os cantos de açúcar e canela.
Mas a vida às vezes chama-nos para um outro lado, mais responsável, e obriga-nos a deixar os nossos pequenos prazeres de lado... por um tempo.
Mas eu sei que regressarei, a essa minha outra casa, onde posso criar e explorar e ausentar-me deste mundo caótico.
Regressarei em breve, com os cheiros do Natal agarrados a mim... às memórias, à história que tenho escrito ao longo dos anos que me lembro de viver.
Regressarei aos colos, aos abraços, aos afagos, dos que ainda persistem ao meu lado e dos que já partiram, mas que regressarão também eles, a acender lareiras,  a espalhar gargalhadas, a embalar olhares com amor e entendimento.
Regressarei. 
E regressarão também as minhas experiências culinárias.
Regressarei. Um pouco mais tarde. 
A tempo, isso sim, de te abraçar com força e te beijar a face.
Como faço em silêncio, todos os dias.
Até breve.



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