quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Uma laranja ao sol de Janeiro: O inicio de um novo ano.

When the girl returned, some hours later, she carried a tray, with a cup of fragrant tea steaming on it; and a plate piled up with very hot buttered toast, cut thick, very brown on both sides, with the butter running through the holes in great golden drops, like honey from the honeycomb. The smell of that buttered toast simply talked to Toad, and with no uncertain voice; talked of warm kitchens, of breakfasts on bright frosty mornings, of cosy parlour firesides on winter evenings, when one's ramble was over and slippered feet were propped on the fender, of the purring of contented cats, and the twitter of sleepy canaries.”


― Kenneth Grahame, The Wind in the Willows


É Janeiro. O Janeiro do sol frio, do sol suave a pintar o rosto.
É Janeiro e há laranjas. E nada me dá mais prazer do que comer uma laranja fria, doce, ao sol de Janeiro.
Terminei o meu ano a cozinhar coisas leves e delicadas. Comecei o ano com uma aventura.
A vida também é assim, ora terna e suave, ora uma tempestade, uma aventura, uma possibilidade de levantar voo e voar.
Se temos laranjas, não peçamos maçãs... e se a vida nos der limões, sejamos gratos e façamos limonada!
Que este novo ano seja um reflexo sincero do meu coração, das minhas pequenas paixões e da minha ânsia de querer fazer tudo.
Desejo que os meus dias sejam mais ou menos como tem sido... entre a cozinha e os livros e o mundo lá fora.
Desejo ser feliz e desejo trazer felicidade nem que seja através de um saquinho de bolachas e de uma chávena de chá.
Desejo que todos os dias sejam dias de Janeiro frios e soalheiros, e que se não puder ter mais nada, ao menos tenha uma laranja entre as mãos.

Para fazer esta receita é preciso ter um pouquinho de paciência (pelo tempo que demora).  Mas o resultado final, é a meu ver um poema de amor, em forma de sobremesa. Simples, puro, doce e etéreo.


Pavlova ( Nigella Lawson)

Ingredientes:

"Merengue":
-6 claras de ovo
-4 colheres de açucar branco para cada gema( 24 colheres portanto), mas eu cortei porque achei um EXAGERO!
- 2 colheres de chá (30 ml) de farinha maisena
-1 colher de chá de vinagre de vinho branco
-1 colher de chá de extrato de baunilha

Recheio:
-2 pacotes de natas
-2 colheres de sopa de açúcar
-1 colher de chá de extracto de baunilha
-fruta a gosto ( pode usar maracujá, morangos, framboesas, amoras, etc; eu usei pessego e kiwi)

Procedimento:
Pré-aqueca o forno a 180º.
Com a batedeira eléctrica bata as claras e vá adicionando o açucar, até as claras ficarem batidas em castelo.
quando estiverem firmes, desligue a batedeira e adicione a maisena, o vinagre e a baunilha.
envolva tudo suavemente com uma colher de pau para que as claras não percam ar e fiquem fofas.
Forre um tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal e neste com a ajuda de uma base de bolos ou um prato faça um circulo com uma caneta.
vire o papel ao contrario para a tinta ficar para baixo.
espalhe a mistura das claras no circulo e com a ajuda de uma espátula arredonde a margem e o topo (pode usar uma forma de fundo amovível, mas eu segui a receita e portanto fiz deste modo).
reduza a temperatura do forno para 150º e leve a cozer cerca de 1 hora e um quarto.
Nunca abra o forno. A Pavlova irá começar a crescer e a rachar mas é normal. Tal como é normal que Depois de desligar o forno ela abata um pouquinho.
Depois de cozer deixe-a arrefecer por cerca de uma hora no forno.
Retire e inverta-a, ou seja coloque o topo para o fundo do prato de servir.
Na altura de servir bata as natas com o açúcar e espalhe por cima da Pavlova. Sirva decorada com fruta a gosto.

Nota: recheie e decore sempre antes de servir, porque as natas humedecem o merengue e o efeito não é o mesmo, podendo mesmo a Pavlova começar a ceder dos lados!



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